Posted by on jun 29, 2010 in Destaque, Notícias | 0 comments

Fonte: Observatório da Educação

Atenção, abrir em uma nova janela.

 

Propostas que determinavam o congelamento ou fim do modelo de conveniamento de creches foram os grandes pontos polêmicos da Conferência.

 

Na noite de sábado, perto das 21 horas (horário previsto na programação para o término), uma proposta (nº 166 do documento-base) que dizia respeito a essa questão foi aprovada, causando protestos de integrantes de entidades conveniadas. Atualmente, cerca de mil creches funcionam em São Paulo nesse modelo.

 

Na manhã seguinte, as entidades tentaram apresentar recurso para continuar a votação das outras propostas sobre o mesmo tema, que foram consideradas superadas pela aprovação da proposta 166, mas a plenária não permitiu.

 

Para Renate Keller, do Fórum da Educação Infantil das Entidades Conveniadas do Municipio de São Paulo (FEI), a votação teve uma carga emocional muito grande. “Não se analisou nada dos prós e contras do tema. São Paulo pode conviver com formas variadas de gestão e modelos pedagógicos, até porque há mais variedade de modelos pedagógicos alternativos e diferentes nas creches conveniadas”.

 

Valter Costa, do Fórum para Desenvolvimento da Zona Leste, considera a proposta aprovada na Conferência positiva, porque compromete o poder público com a gestão da educação infantil de forma direta, e não ratifica a política atual de “irresponsabilidade, de terceirização”.

 

“Esses convênios apresentam uma qualidade de atendimento que muitas vezes não é satisfatório. Essa multiplicação de convênios, feita na atual administração, ocorreu em detrimento da qualidade, com entidades com pouca experiência, sem critérios técnicos de escolha das entidades conveniadas, sem condições mínimas de higiene e segurança, sem áreas verdes para as crianças brincarem”, diz.

 

Mesmo que o tema tenha sido aprovado, o secretário declarou a jornais como Valor Econômico e Jornal da Tarde que não apoiará a decisão: “o fim dos convênios é uma ação inexequível e vai contra o próprio histórico da oferta de atendimento na cidade, e eu defenderei sua manutenção na Câmara”, afirmou Schneider ao Valor.

 

Eleição de diretores
A proposta de eleição de diretores de escolas também foi alvo de discussão na plenária do eixo de gestão democrática. Havia três propostas sobre o assunto. A primeira sugeria que qualquer um poderia se candidatar para a eleição para diretor; a segunda propunha que apenas os profissionais que fossem aprovados em concurso poderiam se candidatar; a última, aprovada, manteve o formato atual, em que não há eleições para o cargo.

 

Maria Cláudia Vieira, diretora da escola municipal Armando Cridey Righetti, de ensino fundamental, foi uma das pessoas que defenderam a proposta de aliar o concurso com as eleições. “Assim poderíamos combinar a capacidade técnica e os requisitos pedagógicos para o cargo com a possibilidade de a comunidade escolher”, afirmou.

 

O presidente do Sinesp, João Alberto Rodrigues de Souza, ressaltou que é a terceira vez que a proposta de eleições é derrotada na cidade: “Na etapa municipal da Conae, na etapa estadual, e agora, na conferência, a opção pelo concurso teve mais de 95% dos votos. Ficou confirmado que a sociedade paulistana acha que não é a forma de provimento do diretor que define a gestão democrática”.

 

Durante a abertura da Conferência, Alexandre Schneider defendeu a manutenção do formato atual de escolha de diretores. “Gestão democrática não é fazer eleição para diretor. Nada como o bom processo republicano de concurso”, disse.