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> Infância, adolescência e participação 


A literatura sobre criança e adolescente é bastante vasta. Na organização desse banco de dados privilegiou-se um conjunto de estudos recentes desenvolvidos no campo da Pedagogia que se diferencia por conceber a criança como sujeito social.

 

Na maior parte dos textos a análise centra-se nas relações entre gerações (crianças/adolescentes e adultos) e nas relações que as crianças e os adolescentes estabelecem entre si. Segundo essa perspectiva, as crianças e adolescentes não são meros receptores da cultura estabelecida, mas sim são atores transformadores da realidade social.

 

Destaque para os conceitos de “culturas infantis”, “culturas de pares” e “socialização interpretativa”. São apresentadas também nessa base experiências de promoção da participação de crianças e adolescentes em processos de incidência em políticas públicas.

 

Confira abaixo o levantamento elaborado pelo De Olho no Plano ou clique aqui para fazer o download do arquivo em PDF, na íntegra.

 

 

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MENDONÇA, Maria Helena Magalhães. O desafio da política de atendimento à infância e à adolescência na construção de políticas mais equitativas. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 18, suplemento. 2002.  

 

Resumo: O trabalho analisou a nova política social que se configurou pela assimilação da noção de proteção social integral com vistas à eqüidade. Os seus pressupostos marcaram a reforma social contida no texto constitucional de 1988 e nas leis regulamentadoras dos direitos assegurados – assistência social, saúde e educação públicas – nos anos 90. Mostrou-se que, no contexto precedente, a população jovem no Brasil apresentava situação de grande vulnerabilidade, em face da sua posição na estrutura social, reforçada pelo acesso diferenciado a bens e serviços públicos. A análise da política de atendimento para a infância e adolescência, que enfatizou a intersetorialidade e redefiniu os programas e ações sociais e de saúde, nos anos 90, não pretendeu ser conclusiva, mas apontou algumas tendências na reordenação da política de assistência pública para a população jovem pobre, compatíveis com alguns avanços dos indicadores sociais de vulnerabilidade na área da saúde, educação e trabalho na década. Contudo, considerou-se que essa reorientação renovou a tensão entre a focalização nos segmentos mais vulneráveis, com seletividade das ações a serem oferecidas e a universalização com integralidade da proteção social.

 

Palavras-chave: Saúde Infantil; Adolescência; Assistência Social; Assistência à Saúde; Eqüidade.


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DELGADO, Ana Cristina Coll; Müller, Fernanda. Em busca de pesquisas investigativas com crianças e suas cultura. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 125, p. 161-179, maio/ago. 2005.

 

Resumo: Este artigo apresenta reflexões sobre metodologias investigativas com as crianças e suas culturas, a partir do referencial da Sociologia da Infância. Este campo teórico considera as crianças como atores sociais que acionam estratégias de luta por meio das suas culturas de pares. Na produção acadêmica brasileira sobre as crianças e suas culturas, ainda não possuímos uma tradição de estudos que tratem das vozes das crianças por elas próprias.

 


Palavras-chave: Crianças, Metodologias de Pesquisa, Infância, Cultura.

 

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CORSARO, Willian. Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas.  Educação e Sociedade. Campinas, vol. 26, n. 91, p. 443-464, Maio/Ago. 2005

 


Resumo: Fazer pesquisa etnográfica com crianças pequenas envolve certo número de desafios uma vez que os adultos são percebidos como poderosos e controladores de suas vidas. Este artigo relata minhas pesquisas etnográficas comparativas com crianças de pré-escolas nos Estados Unidos e na Itália. Enfoco mais particularmente a entrada no campo, o estabelecimento do status de participante e a coleta de notas de campo e de dados audiovisuais. Faço uma breve revisão dos procedimentos de entrada no campo que usei nos locais de pesquisa de campo nos Estados Unidos e na Itália. Discuto como, com o tempo, passei a fazer “pesquisa com, e não mais sobre, crianças”, ou seja, como meus métodos de coleta de dados acabaram se tornando gradualmente mais abertos à contribuição direta das crianças. Finalmente, usando a pesquisa de Modena, na Itália, discuto uma etnografia longitudinal ao longo de períodos-chave de transição na vida das crianças. Essa etnografia implicou que permanecesse com e continuasse observando e entrevistando as crianças quando entraram na primeira série e durante seus cinco anos de escola primária.

 


Palavras-chaves: Etnografia, cultura de pares das crianças, educação pré-escolar.

 

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SARMENTO, Manuel Jacinto. Infância, exclusão social e educação como utopia realizável. Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 78, Abril/2002.

 

 

Resumo: A infância, como construção social, tem sofrido, no decurso da 2ª modernidade, processos de reinstitucionalização que, em larga medida, põem em questão as representações e imagens das crianças dominantes nos últimos 200 anos. A análise da (re)construção das identidades sociais e das subjectividades infantis constitui, desse modo, uma tarefa teórica da mais exigente actualidade. O que, entretanto, aqui se assinala é que este processo de reinstitucionalização da infância, apesar da construção de consensos globais sobre os direitos das crianças, tem vindo a aumentar os factores e as condições de exclusão das gerações mais jovens face aos direitos sociais e da cidadania. Neste artigo inventariam-se alguns dos principais indicadores de exclusão, considerando diversos espaços estruturais, e assinalam-se alguns dos pontos de ruptura por onde pode passar a construção de uma educação escolar centrada na afirmação activa dos direitos das crianças.

 

 

Palavras-chave:Infância. Exclusão social. Educação. Cidadania.

 

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FERRETTI, Celso J.; ZIBAS, Dagmar M. L.; TARTUCE, Gisela Lobo B. P.. Protagonismo juvenil na literatura especializada e na reforma do ensino médio. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 122, p. 411-423, maio/ago. 2004.

 

 

Resumo: O “protagonismo juvenil” tem tido ampla repercussão na área educacional, principalmente a partir da implementação da reforma curricular do ensino médio, cujas diretrizes adotam esse conceito como um dos pilares das inovações sugeridas. No entanto, o tema é sujeito a diferentes interpretações. Com a preocupação de maior precisão conceitual, este artigo recorre às definições de diversos autores como contraponto para a análise do protagonismo tal como proposto pelo documento oficial da reforma.

 


Palavras-chave: Juventude; Adolescente; Ensino Médio, Reforma do Estado

 

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SALES, Leila Maria Ferreira. Infância e adolescência na sociedade contemporânea. Estudos de Psicologia, Campinas vol. 22, n.1, pp. 33-41, janeiro – março 2005.

 

 

Resumo: O objetivo deste trabalho é indicar aspectos que configuram a infância e a adolescência na sociedade contemporânea, especificamente no que diz respeito à relação com o adulto. Este estudo foi desenvolvido a partir da revisão de alguns autores em psicologia e demais áreas afins, e pretende contribuir para o aprofundamento do debate sobre este tema. Na sociedade moderna, as crianças e os adolescentes inserem-se em condições sociais específicas que acentuam a sua dependência frente ao adulto. Hoje, no entanto, há uma nova forma de reconhecimento social dessas fases da vida que enfatiza um tratamento igualitário entre adulto, criança e adolescente. O desvelamento desse processo permite caracterizar os contornos que essas etapas do desenvolvimento humano vêm adquirindo atualmente e suas implicações na vida cotidiana.

 

 

Palavras-chave: adolescência; cultura; infância; subjetividade.

 

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HADADD, Lenira. Políticas integradas de educação e cuidado infantil. Cadernos de Pesquisa. v. 36, n. 129, p. 519-546, set./dez. 2006.

 

 

Resumo: Este artigo é uma síntese de pesquisa realizada no âmbito da OCDE e da Unesco em 2001 sobre o desenvolvimento e implementação de serviços integrados ou coordenados de educação e cuidado infantil em uma perspectiva sistêmica, sublinhando aspectos pertinentes a países desenvolvidos e em desenvolvimento. O tema central da discussão é a proposta de um novo modelo de sistema integrado, em que a responsabilidade pela educação e cuidado infantil deixa de ser exclusiva da família para ser compartilhada por toda a sociedade. Essa mudança de paradigma pressupõe a legitimação da socialização infantil extrafamiliar, tornando a educação da criança pequena uma questão ao mesmo tempo pública e privada. A pesquisa aponta as implicações desse modelo para o desenvolvimento de políticas e práticas e identifica tendências convergentes e divergentes entre os países analisados, assim como os principais desafios e armadilhas que se apresentam no caminho rumo a uma política de
integração consistente e coerente.

 

 

Palavras-chave: Educação Infantil; cuidado com crianças; políticas públicas; pesquisa educacional.

 

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PEREIRA, Rita Marisa Ribes; SALGADO, Raquel Gonçalves, JOBIM E SOUZA, Solange. Pesquisador e criança: dialogismo e alteridade na produção da infância contemporânea. Cadernos de Pesquisa. v. 39, n. 138, set./dez. 2009.

 

 

Resumo: O propósito deste artigo é analisar o ato de pesquisar com crianças e elaborar uma perspectiva crítica da produção da subjetividade na relação entre adultos e crianças na contemporaneidade. A teoria da linguagem de Mikhail Bakhtin serviu de base para discutir o complexo tema da alteridade no âmbito da relação pesquisador-criança. A ampliação do debate sobre a relação entre adultos e crianças em face dos desafios da cultura do consumo e da sociedade da informação foi considerada uma alternativa metodológica promissora na busca de soluções coletivas para as questões que se colocam no campo educacional no mundo de hoje.

 

 

Palavras-chave: Pesquisa, infância, linguagem, cultura.

 

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PEREZ, José Roberto Du; PASSONE, Eric Ferdinando. Políticas sociais de atendimento as crianças e adolescentes no Brasil. Cadernos de Pesquisa. v.40, n.140, p. 649-673, maio/ago. 2010

 

 

Resumo: Este artigo analisa a emergência e o desenvolvimento das políticas sociais de atendimento infanto-juvenil concomitante ao processo de desenvolvimento do sistema de proteção social nacional, focalizando algumas das principais representações atribuídas à infância, de acordo com o período histórico e político de cada época. Busca-se apresentar a noção de infância instituída sob a constituição do aparato do Estado de Bem-Estar brasileiro, de forma a situá-la em um contexto mais amplo de transformações históricas e políticas que envolveram a emergência e consolidação das políticas sociais destinadas ao atendimento à criança e ao adolescente no Brasil ao longo do século XX e início do século XXI.

 

 

Palavras-chave: Políticas sociais; crianças; adolescentes; cidadania.

 

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SORES, Natalia Fernandes. Análise participativa no grupo social da infância. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, pp.25-40, Jan/Jun. 2006.  

 

 

Resumo: Este texto pretende apresentar e discutir possibilidades metodológicas que vão ao encontro a uma das exigências que se coloca à Sociologia da Infância: dar voz às crianças na interpretação dos seus mundos sociais e culturais. Partindo do pressuposto de que as crianças são actores sociais competentes para a interpretação da realidade social em que se inserem, apresentamos então possibilidades metodológicas que baseadas num trabalho de parceria entre adultos e crianças encarem a participação das crianças como um dos pilares fundamentais de todo o processo. São assim apresentados alguns pressupostos teóricos que sustentam a importância de considerar a participação das crianças como um princípio fundamental no desenvolvimento de investigação com crianças. São também discutidos alguns passos básicos para a consideração de um roteiro ético na investigação com crianças. Finalmente são apresentadas algumas ferramentas metodológicas que, na nossa opinião, resgatam os princípios e aspectos éticos básicos num processo de investigação com crianças, no sentido de as valorizar e respeitar enquanto parceiros de investigação, em suma, de as valorizar enquanto cidadãos.

 

 

Palavras chave: infância, direitos, participação e ética.

 

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DELGADO, Ana Cristina Coll. Culturas infantis, tensões e negociações entre adultos e crianças numa creche domiciliar. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, pp.82-102, Jan/Jun 2006.

 

 

Resumo:  O artigo analisa as culturas infantis, as tensões e negociações entre adultos e crianças de uma creche domiciliar localizada em um bairro popular do município de São Gonçalo/RJ. O referencial teórico abrange estudos da sociologia da infância, gênero e famílias das camadas populares. Nos processos de socialização da creche, compreendi as crianças como sujeitos ativos que produzem práticas e representações a respeito do mundo com o qual interagem. Mas é impossível ignorar os limites do espaço social no qual são socializadas, assim como as tensões e negociações vivenciadas com os adultos. Mesmo com suas culturas de pares interferindo no cotidiano da creche, elas fazem parte de um bairro, de grupos familiares das camadas populares que têm modos de socialização e lógicas muito peculiares ao meio de origem. Embora não tenha encontrado uma proposta pedagógica formalizada no cotidiano, as análises evidenciam a existência de relações educativas entre adultos e crianças, que refletem as expectativas dos familiares com relação a criação dos seus filhos.

 

 

Palavras - Chave: culturas infantis, camadas populares, socialização.

 

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MÜLLER, Fernanda. Infância nas vozes das crianças. Culturas infantis, trabalho e resistência. Educação e Sociedade. Campinas, vol. 27, n. 95, p. 553-573, maio/ago. 2006.

 

 

Resumo: Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em uma turma de Educação Infantil, na cidade de São Leopoldo (RS) – a Turma de Pré. As categorias culturas infantis, trabalho e resistência foram captadas a partir das vozes das crianças, entendidas neste estudo como manifestações que não se restringem aos relatos orais, através de um estudo de inspiração etnográfica.


Palavras-chave: Infâncias. Educação infantil; Culturas infantis; Trabalho; Resistência.

 

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MÜLLER, Fernanda. Socialização na escola: transição, aprendizagem e amizade na visão das crianças. Revista Educar, Curitiba, n. 32, p. 123-141, 2008.

 

 

Resumo: O trabalho apresenta uma pesquisa etnográfica conduzida na cidade de Porto Alegre, onde se buscou entender os processos de socialização escolar a partir dos depoimentos de oito crianças. O artigo explora três temas, sendo o primeiro a transição de série que implica dificuldades, prazeres e medos. O segundo se refere à idéia de “ter futuro” como conseqüência das aprendizagens na escola, assim apresentada explicitamente pelas crianças mais pobres. Por último, o contexto do recreio é focalizado para mostrar a complexidade das relações de amizade entre pares.

 

 

Palavras-chave: crianças; escola; socialização.

 

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MÜLLER, Fernanda; HASSEN, Maria Nazareth Agra. A infância pesquisada. Psicologia USP. São Paulo, 20(3), 465-480, julho/setembro, 2009.

 

 

Resumo: O artigo apresenta as ideias referenciais da pesquisa que tematiza a infância em diferentes campos do conhecimento, em especial nas ciências sociais, apontando os caminhos pelos quais a criança passa a ser concebida como ator social e como produtora de cultura e de significados. Argumenta-se que a infância demanda estudos interdisciplinares e processos flexíveis de pesquisa e que a complexidade contemporânea demanda a ruptura com um conjunto de dicotomias entre crianças e adultos, criadas na modernidade. Embora já exista um corpo interdisciplinar de estudos sobre as crianças, considera-se que, sendo a infância um fenômeno híbrido, produzido na intersecção de aspectos biológicos e sociais, sua compreensão requer maior integração de disciplinas das ciências sociais e naturais.

 

 

Palavras-chave: Infância. Ciências Sociais. Crianças. Cultura.

 

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SIROTA, Régine. A indeterminação das fronteiras da idade. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, 41-56, jan./jun. 2007.

 

 

Resumo: Como nosso olhar sobre a criança evoluiu? A definição clássica que estabeleceu fronteiras claras entre gerações, na qual a socialização era concebida de maneira vertical, vai ser sucedida por uma sociologia da infância que introduz a visão de uma “socialização interpretativa”, na qual a criança aparece como um ator. Essa mudança conceitual vai introduzir uma visão em termos de socialização horizontal no nível do grupo de pares e do entre-crianças, considerando a criança não somente como um ser futuro, mas também como um ser no presente. A infância é aqui vista como uma construção social, variável em sua forma, certamente, mas antes de tudo como um componente estrutural de toda sociedade. A partir de um quebra-cabeça de referências complexas e incertas, se constrói o estatuto de “igual paradoxal” da infância da modernidade, diante do espelho da reflexividade dos discursos experts que modelam normatividades, políticas sociais e imaginários da infância.

 

 

Palavras-chave: Infância; Sociologia da Infância; Socialização; Crianças-Aspectos sociais.

 

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SARMENTO, Manuel Jacinto. Crianças: educação, culturas e cidadania activa. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 01, p. 17-40, jan./jul. 2005.

 

 

Resumo: O presente texto analisa a necessidade social que emerge do facto de as crianças constituírem contemporaneamente não já apenas o motivo do cuidado e da preocupação dos adultos, mas de assumirem, a vários títulos, a centralidade da atenção colectiva, por efeito das importantes transformações demográficas que se verificam, bem como pelas mudanças que ocorrem no contexto mundial nas instituições tradicionalmente associadas aos mundos de vida das crianças: a família e a escola. Produzido na motivação de respaldar um projeto cuja intenção é “o conhecimento sobre o que se conhece sobre as crianças” e também sobre os discursos políticos e legais em que a criança é alvo das atenções, espera-se que o desenvolvimento do projecto permita reconfigurar ideias, representações e evidências sobre as crianças e a infância portuguesas e brasileiras, bem como fundamentar propostas para o funcionamento das organizações educativas, para a consolidação das políticas de educação e atendimento de crianças e para a promoção da cidadania activa.

 

 

Palavras-chave: Crianças-Aspectos sociais. Crianças-Desenvolvimento. Crianças-Formação. Educação de crianças.

 

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SILVA, Juliana Pereira; BARBOSA, Silvia Neli Falcão; KRAMER, Sonia. Questões teórico-metodológicas da pesquisa com crianças. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 01, p. 41-64, jan./jul. 2005.

 

 

Resumo: O objetivo deste texto é o de contribuir para a fundamentação teórico-metodológica da pesquisa com crianças. Com base em Benjamin, o texto busca entender as relações entre infância, cultura e sociedade, a partir de uma perspectiva fundamentada na antropologia e na filosofia. Em primeiro lugar, situa-se o tema no contexto das ciências humanas e sociais, delineando alguns desafios e ilusões que os pesquisadores enfrentam. A seguir, é apresentada a produção acadêmica brasileira recente, trazendo diferentes perspectivas sobre o tema. O terceiro item analisa dois aspectos que, em uma interlocução com a antropologia, são considerados fundamentais para o trabalho de campo: distância e proximidade; familiaridade e estranhamento. O quarto item propõe algumas diretrizes metodológicas para a pesquisa com crianças, com base na obra de Bakhtin e de Vygotsky.

 

 

Palavras-chave: Crianças-Pesquisa, Pesquisa-Metodologia; Crianças-aspectos culturais; Infância- aspectos culturais.

 

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QUINTEIRO, Jurema. Sobre a emergência de uma sociologia da infância: contribuição para o debate. Perspectiva. Florianópolis,v.20, n.Especial, p. 137-162, jul./dez.2002.

 

 

Resumo
O objetivo deste texto é apresentar alguns aspectos e questões que resultam da emergência de uma Sociologia da Infância, particularmente, sobre a evolução do objeto e do olhar a partir do levantamento da produção brasileira mediante uma breve retrospectiva histórica das disciplinas e dos principais trabalhos sobre a infância nas Ciências Sociais. Dentre as questões levantadas destacam-se aquelas referentes ao processo de socialização da criança e à institucionalização da infância no interior da escola pública.

 

 

Palavras-chave: Sociologia da Infância; Cultura; Socialização e Escola.

 

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STERCK, Danilo R.. Um mundo ao alcance de crianças e jovens: notas sobre o protagonismo de crianças e jovens em orçamento público em cidades brasileiras. Cadernos de Educação, Pelotas, n. 30, PP. 45-61, janeiro/junho 2008.

 

 

Resumo: Este artigo reúne elementos para compreender a participação de crianças e de jovens na administração pública, em especial no orçamento. Detém-se primeiramente na análise das motivações para integrar jovens e crianças em assuntos até há pouco considerados como exclusividade de um reduzido grupo de técnicos e políticos adultos. Apresenta e analisa fatos e dados de algumas experiências, com ênfase no OP-Criança na cidade de São Paulo. Destaca, na conclusão, que o fato de manter crianças e jovens num mundo separado, ainda que sob o argumento da proteção, além de tolher o desenvolvimento como indivíduos e como cidadãos, representa o desperdício de um potencial de criatividade e de energia das quais as atuais sociedades necessitam para se repensar e refazer.

 

 

Palavras-chave: protagonismo, crianças, jovens, orçamento participativo

 

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TOMAS, Catarina. Contra os silêncios, a invisibilidade e a afonia: A Participação das Crianças nos Orçamentos Participativos. VI Congresso Português de Sociologia. Lisboa, junho de 2008.

 

 

Resumo: Os orçamentos Participativos de Crianças e Jovens (OPCJ) são processos sociais  inovadores que têm como objectivo envolver as crianças em processos de participação cidadã, nomeadamente questões relacionadas com o espaço onde vivem. Promove e institucionaliza a participação das crianças no quadro político e simbólico. Encoraja, ainda, a participação cívica e reconhece o papel e importância das crianças como cidadãos, uma vez que o OP é considerado um espaço efectivo de prática da cidadania, de participação e de acompanhamento de políticas públicas.

 

 

Palavras-chave: Infância, Participação, Orçamentos Participativos, Cidade.

 

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SARMENTO, Manuel Jacinto. Gerações e alteridades: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005.

 

 

Resumo: A sociologia da infância propõe-se a constituir a infância como objecto sociológico, resgatando-a das perspectivas biologistas, que a reduzem a um estado intermédio de maturação e desenvolvimento humano, e psicologizantes, que tendem a interpretar as crianças como indivíduos que se desenvolvem independentemente da construção social das suas condições de existência e das representações e imagens historicamente construídas sobre e para eles. Porém, mais do que isso, a sociologia da infância propõe-se a interrogar a sociedade a partir de um ponto de vista que toma as crianças como objecto de investigação sociológica por direito próprio, fazendo acrescer o conhecimento, não apenas sobre infância, mas sobre o conjunto da sociedade globalmente considerada. A infância é concebida como uma categoria social do tipo geracional por meio da qual se revelam as possibilidades e os constrangimentos da estrutura social.

 

 

Palavras-chave: Infância. Geração, Sociologia da infância, Criança, Alteridade.

 

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MONTANDON, Cleopatrê. Sociologia da infância: balanço dos trabalhos em inglês. Cadernos de Pesquisa, nº 112, pp. 33-60, março de 2001.

 

 

Resumo: Este artigo faz um balanço retrospectivo das publicações sobre a infância na área da sociologia, examinando os textos em língua inglesa produzidos não apenas nos países anglo-saxônicos e escandinavos, mas também contribuições provenientes de países e regiões como a Alemanha, África do Sul, Austrália, Europa do Leste e do Sul. Aponta para a emergência de um novo campo de estudos: a sociologia da infância, que a toma como uma construção social específica, que tem uma cultura própria e merece ser considerada nos seus traços peculiares.

 

 

Palavras-chave: infância, sociologia, revisão da literatura.

 

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QVORTRUP, Jens. A tentação da diversidade - e seus riscos. Educação e Sociedade. Campinas, v. 31, n. 113, p. 1121-1136, out.-dez. 2010

 

 

Resumo: Este texto busca discutir duas abordagens propostas pelos estudos sociais sobre a infância: a primeira passa pela diversidade e, portanto, pelo uso das categorias clássicas da sociologia – classe, gênero e etnia – para delimitar a infância como objeto de pesquisa; e a outra, defendida pelo autor, prioriza a categoria geracional nos estudos sobre a infância. A argumentação aproxima as vertentes neoliberais e as perspectivas pós-modernas e pós-estruturais para mostrar seus efeitos sobre as políticas e os estudos da infância. De fato, o autor recupera análises para indicar os riscos apresentados pela abordagem pautada pela diversidade na pesquisa sobre a infância.

 

 

Palavras-chave: Infância. Diversidade. Abordagem metodológica

 

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PASSONE, Eric Ferdinando. Políticas sociais de atendimento à infância e juventude: o caso da Fundação Abrinq. Dissertação de mestrado em Educação. UNICAMP, Campinas, 2007.

 

 


Resumo: Esta pesquisa situa-se no campo de análises de políticas públicas ao dedicar-se ao estudo da emergência de ‘novos’ atores da sociedade civil no espaço público e no atendimento às políticas públicas de atendimento infanto-juvenil junto ao Estado. O objetivo desse trabalho foi analisar a atuação da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente na sua relação com o Estado e as políticas de atendimento infanto-juvenil no contexto brasileiro de desestabilização estatal. Como resultados dessa pesquisa, podemos destacar a posição da Fundação Abrinq, enquanto ator social, como diferente de grupos e entidades sem fins lucrativos que atuam no chamado ‘terceiro setor’ ou espaço público ‘não-estatal’. Enquanto nestes, há grupos e organizações que criticam a ineficiência do Estado, e colocam a supremacia do mercado e da sociedade civil como substitutos potenciais do Estado, a ação política da fundação se caracteriza pela noção de diálogo, mobilização e participação inter e intra-institucionais, visando à capacitação estatal, o monitoramento de políticas públicas, o fortalecimento da gestão governamental, a qualificação do debate eleitoral sobre as políticas de atendimento da criança e adolescente e o fortalecimento da sociedade civil.

 

 


Palavras-chave: Fundação Abrinq, políticas públicas, educação, assistência a menores, democratização, participação democrática.

 

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OZELLA, Sergio; AGUIAR, Wanda Maria Junqueira. Desmistificando a concepção de adolescência. Cadernos de Pesquisa, v. 38, n. 133, p. 97-125, jan./abr. 2008

 

 


Resumo: Este estudo teve como objetivo examinar a concepção de adolescência/adolescente presente no discurso dos jovens, bem como de que maneira eles entendem a passagem para a chamada idade adulta. Foi feita uma discussão articulando criticamente esta concepção com aquela apresentada pela Psicologia e veiculada pelos meios de comunicação em geral. A análise teve como base a abordagem sócio-histórica que entende a adolescência como uma categoria historicamente construída. Os sujeitos foram 856 jovens do ensino médio da Grande São Paulo com idade entre 14 e 21 anos, de ambos os sexos, das classes socioeconômicas de A a E e de três etnias presentes na população estudada (brancos, negros, orientais). Aplicou-se um questionário com cinco questões abertas e a análise seguiu uma perspectiva qualitativa mediante programa Spad-T. Do material coletado resultaram sete núcleos de significação que apontam a diversidade de adolescências presente na nossa sociedade e a importância de se entender o processo adolescente dentro de contextos específicos, levando em conta a sua multideterminação. Apesar de alguns aspectos serem comuns a todos os adolescentes, foram detectadas diversidades, basicamente em razão das diferenças de classe social e de gênero. Destacou-se também a determinação étnica (particularmente quanto aos orientais) na constituição da subjetividade e no lidar com a realidade social.

 

 


Palavras-chave: Adolescentes, psicologia, classe social, relações de gênero.

 

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FERREIRA, Manoela;  SARMENTO, Manuel Jacinto. Subjectividade e Bem-Estar das Crianças: (in)visibilidade e voz. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos (SP), v. 2, n. 2, nov. 2008.

 

 


Resumo: A produção política e normativa sobre bem-estar social das crianças, nomeadamente a que emana da União Europeia, apoia-se, usualmente, em referenciais metodológicos que usam valores e ideias tomados aproblematicamente. Esses referenciais revertem para a pesquisa científica de suporte às políticas públicas, que assim reproduzem concepções não problematizadas sobre os termos de referência utilizados e têm consequência no aparato metodológico mobilizado. Genericamente, essas pesquisas sustentam-se em estatísticas, que aliam à sua natureza extensiva, uma muito reduzida capacidade de dar conta das diferenças e desigualdades entre crianças. Mais ainda, essas metodologias usualmente sustentam-se em procedimentos epistemológicos que perspectivam as crianças a partir de pontos de vista adultocêntricos e etnocêntricos. As questões da alteridade infantil, da diferença cultural e até, frequentemente, da desigualdade social, encontram pouca expressão na produção investigativa patente em múltiplos relatórios, nomeadamente nos originários das grandes organizações européias e internacionais. Em simultâneo, dimensões como a acção e as culturas infantis são dificilmente apreendidas nessas investigações sobre bem-estar. A partir de uma perspectiva alternativa, procuramos neste artigo estabelecer as bases teóricas, epistemológicas e metodológicas que permitam, na análise do bem-estar infantil, cruzar os indicadores estruturais com as dimensões da subjectividade, e os factores sociais com a interpretação e acção das crianças, enquanto actores sociais concretos.

 

 


Palavras-chave: Infância; bem–estar social; políticas públicas; investigação social

 

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:: Processos participativos em educação

 

:: Planos municipais de educação